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O que é a Psicologia Analítica?

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Em 26 de julho de 1875, em Keswill – aldeia do cantão da Turgóvia, nasce aquele que viria a ser um dos maiores pensadores do século XX, Carl Gustav Jung; psiquiatra suíço, colaborador de Freud nos primórdios do movimento psicanalítico e fundador da escola de Psicologia Analítica. A Psicologia Analítica é uma escola da psicologia profunda que estuda especialmente o inconsciente e suas manifestações. Segundo Edinger, Jung nos apresenta a mais ampla e abrangente visão da psique humana disponível até então. Segundo o autor, seus escritos incluem uma teoria bem desenvolvida em relação à estrutura e dinâmica da psique em ambos os seus aspectos consciente e inconsciente. Ademais, ele apresenta uma detalhada teoria sobre os tipos psicológicos, além de uma descrição de imagens universais, os arquétipos do inconsciente coletivo, que derivam de camadas profundas do psiquismo. Seu extenso arcabouço teórico, que incluía alquimia, mitologia e o estudo comparado das religiões, permitiu

Moana e a dimensão arquetípica da Psique

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Muitos indivíduos já viveram a experiência de terem pais amorosos e presentes, mas preocupados. Preocupados em evitar que seus os filhos sofram daquilo que um dia eles ou os seus ancestrais padeceram. Portanto transmitem inconscientemente um mito familiar que será passado de geração a geração, minando a força vital dos envolvidos, até que algum membro da família seja capaz de quebrar o elo da corrente. No caso de Moana, tal mito transgeracional fere o cerne de sua alma. Ela possui um espírito heróico e aventureiro, representado pela figura anímica do semi-deus Maui, que simbolicamente foi lançado ao mar - o inconsciente - pela dificuldade de acolhimento e aceitação de sua família à essa característica de sua personalidade. Resulta que Maui perde o seu poder enquanto figura interior na psique de Moana. Ela precisa resgatar seu Animus e recuperar seu poder, simbolizado pelo anzol. O arquétipo da mãe terrível, aqui representado por Te Ka, se constela na psique do indivíduo

Quando adoecemos de nossas emoções

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Diante de uma dor de cabeça, uma ulcera no estômago, um problema na coluna ou uma doença de pele, ninguém hesita em buscar um médico especialista. O que as pessoas não sabem é que estas mesmas condições podem ser fruto de dificuldades psicológicas que por falta de consciência do indivíduo são simbolizadas no corpo.   O ramo da psicologia que estuda a manifestação de doenças físicas como consequência de estados psicológicos não elaborados se chama Psicossomática. Sempre que você vai ao médico e ele diz que a causa de sua condição é o estresse, indiretamente ele está dizendo que você desenvolveu um adoecimento físico por conta de problemas emocionais, portanto você foi acometido por uma doença psicossomática. A Psicossomática estuda a gênese inconsciente das enfermidades, a relação mente-corpo e os mecanismos de produção destas. Desta forma, quando um indivíduo toma uma medicação a fim de tratar uma doença psicossomática, ele está apenas cuidando do sintoma e não da causa d

Por que (não) fazer psicoterapia?

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Diante de uma doença física ninguém reluta em procurar um profissional especializado. Contudo, o mesmo nem sempre acontece quando a dificuldade se trata de um problema emocional. Por preconceito ou desconhecimento, algumas pessoas rejeitam os processos de psicoterapia. Vejamos alguns dos motivos pelos quais as pessoas se recusam a procurar um psicólogo. 1-Eu não sou louco (a)! Na verdade, psicólogos e psiquiatras não tratam apenas de pacientes psicóticos - vulgarmente chamados de “loucos” - que são aqueles indivíduos que perdem o contato com a realidade externa, não sabendo distinguir entre o mundo interior e o mundo exterior. Os psicoterapeutas também trabalham com neuróticos, que são as ditas “pessoas normais”, que possuem conflitos internos ou de adaptação que lhe causam sofrimento psíquico. A neurose, nada mais é que uma tentativa malograda de adaptação. Pacientes neuróticos podem se beneficiar grandemente de processos psicoterapêuticos. Além disso, a psicoterapia t

Um pai teve uma ideia muito inteligente para lidar com as dificuldades de alimentação do seu filho.

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  As recusas alimentares das crianças podem se atribuídas à diversos fatores. Dentre os fatores psicológicos podemos ressaltar o instinto natural de proteção contra o envenenamento, o que justifica a maior aceitação de alimentos adocicados e a maior recusa de alimentos amargos e de coloração verde.   A recusa na recepção e na disposição em experimentar o novo também pode denotar uma certa falta de abertura para novas experiências na vida como um todo e a necessidade de garantia de segurança, principalmente quando a situação se mantém ainda na vida adulta.   Segundo o relato dos pais, Gabriel desenvolveu ainda bebê uma séria alergia alimentar que exigiu que eles restringissem severamente a variedade de alimentos que ele experimentava. Sabemos da importância da apresentação de diferentes alimentos nos primeiros anos de vida para a abertura do paladar e a consequente disposição para uma alimentação mais variada nos anos posteriores.   A restrição alimentar e a recusa em experime

O Deserto da Alma

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Imagens Alquímicas na Operação de Calcinatio Eu os convido a adentrar o mundo anímico da alma, aonde o tempo é kairós; utilizando as funções de  intuição, sensação e sentimento. O deserto como o lugar da Alma não poderia ser transmitido de outra maneira, senão pela linguagem típica do inconsciente: a imagem simbólica. Serão aqui evocadas imagens alquímicas da operação de calcinatio; resultado de experiência imediata, conforme descrita por Von Franz, fruto de trabalho em análise, sonhos, desenho e pintura. A elaboração desta apresentação é, para mim, como a criação de um trabalho artístico; pois, como diz Barcellos, é impossível compreender a Alquimia psicologicamente sem a entrada na metáfora, na poiésis da matéria. Tentaremos aqui fugir do racionalismo conceitual para explorar uma dimensão mais próxima ao que Hillman chamou de palavras-imagem, palavras-arte. Dentro dos quatro estágios clássicos do calor, experimentaremos mais detalhadamente o terceiro grau, aquele com

Pais e Filhos

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Na abertura de seu livro "Pais e Filhos: Companheiros de Viagem", Roberto Shinyashiki descreve poeticamente as principais questões enfrentadas pelos pais durante a instigante tarefa de criar e educar seus filhos. De fácil leitura, a obra é recomendada a todos aqueles que querem se aprofundar, desenvolver e melhorar na relação com os filhos. "Que nossos filhos não sejam desculpas para nosso medo de enfrentar o mundo nem para nossa voracidade, a sede de poder, ou o compulsivo acúmulo de bens. Que nossos filhos não sejam motivo para permanecermos em casamentos sem amor ou sem respeito mútuo, pois essa culpa se tornará para eles um peso impossível de carregar. Que nossos filhos não sejam educados como uma forma de realizar nossas frustrações nem como porta-vozes de nossa omissão. Não pretendamos que os filhos tragam a solução para nossa solidão, porque ninguém pode assumir a solidão de outrem. Que nossos filhos exerçam somente  a bus